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1. |
TESTAMENTO
01:43
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TESTAMENTO
Escrevam na minha lápide
que eu morri de crise apática.
Amarelo na tez,
emotividade hepática.
O verbo é siamês,
causa impacto de forma empática.
Uma família de três
no sofá a olhar para a estática.
Até que chegue a minha vez,
adopto uma atitude pratica:
Conto os trocos,
vida após electrochoques
Sob hipnose psiquiátrica.
Inteligência artificial,
que informação dramática!
Português?
Eu nasci num barco,
sou apátrida,
Não me vês?
A tirar coelhos da cartola
embebida em chuva ácida.
Esta esmola paga a escola,
O meu vicio é fazer sátira.
Colo ventres como dracmas
colam pálpebras
em cadência rimática.
Desequilíbrio à Jorge Palma.
Charme decadente:
fico triste a ver a Salma
ser vencida pelo tempo.
Flecha apontada à alma.
Estrela carente e não cadente,
se eu espirro, causo o vento.
Bate palmas, é talento. (2x)
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2. |
CALVÉ
04:01
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CALVÉ
No final do meu espectáculo
canta o grilo,
hábil ventríloquo.
Morte anunciada a cada
maço de Ventil,
hiperventilo.
As palavras flutuam-me na cabeça,
marxismo intravenoso,
num masoquismo cavernoso
que veda a porta da consciência.
Espalho condimentos exóticos
para afastar a demência,
em tons de caril caótico,
com emulsão de dormência.
São seis da manhã,
o fumo é inodoro
e já quase faz calor.
Com o mundo aos quadrados,
na luz do monitor.
Janelas de vida ao contrário,
tomam um pequeno-almoço
equilibrado.
Pinta o mundo a fresco,
tira a dor com o frasco,
este amor está gasto,
o sensor está perro,
mausoléu de barro,
adornado a trevo.
Seja ponto assente:
no fim deste cigarro,
o rapaz insensato
adormece vago.
Bem-vindo ao meu enterro,
caibo aqui compacto,
o caixão é barato
e se o ADN não mente,
então sou eu que estou trancado.
No final do meu espectáculo
canta o grilo,
hábil ventríloquo.
morte anunciada a cada
maço de Ventil,
hiperventilo.
Atrás destas paredes
crescem medos em sigilo.
A Morte é corriqueira
quando um deus a mede ao quilo.
Efervescência calma
de um analgésico fabril.
No final do meu espectáculo
canta o grilo,
hábil ventríloquo.
morte anunciada a cada
maço de Ventil,
hiperventilo.
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3. |
FRODITE
00:51
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FRODITE
Motivo?
Quem precisa do motivo?
Busco catalisador para o
que me faz sentir vivo.
Incentivo? Bem,
não sei,
deixa pensar:
A metamorfose de carne a arroxear,
durante a privação de ar.
Quando brinco com soluções,
os problemas vão embora,
misturo líquidos inocentes
em combinações letais.
Motivo?
Está bem, eu digo:
O meu suor nas tuas veias
enquanto arfas por antídoto.
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4. |
JONAS BABY
02:08
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JONAS BABY
As vontades que irrompem
são celeumas,
tuberculose dos afectos
atravesso a atmosfera como cometa:
Belo. Mas breve.
Mel, estou cego.
Atemorizado de culpas,
cristão após punheta.
Sujo. Mas serve.
Bruxo. Imberbe.
Luxo. Concede.
Brinco com fonias,
confesso ter fobias
em excesso.
Curvo, nocturno,
madrugo, esmoreço.
Fim adjacente ao começo,
sem os sórdidos detalhes
da procura de endereço.
Sou assim, vestido avesso.
A ver se, averso ,
o berço é o verso.
O terço, dispenso.
Bom senso, sem febre.
A não fazer o que pode,
quanto mais aquilo que deve.
Combinação do cofre forte:
Quatro três, estrela e segue.
Há quem venha dar connosco
numa ponta de icebergue.
Há quem nunca passe de mosto,
não tem ponta por onde se pegue.
Há quem nunca seja Agosto,
mas se for Junho já serve.
Há quem nunca pague imposto
e roce a morte ao de leve.
Eu sou sempre a contragosto
É Bushido mudo que ferve (3x).
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5. |
SAUDOSINHO
02:15
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SAUDOSINHO
Anagrama,
podíamos partilhar cama,
excepto no estado deplorável
em que a voz dela me chama.
Sou a pessoa que não te ama,
só ama o facto de ser amada
acendalha incandescente na lareira.
(Gubraiciana)
Vou ser sincero:
Noites esquálidas apagam-se como giz,
como tudo aquilo que fiz
e o que não fiz, não interessa.
Só o grau de loucura que me atravessa,
num dia menos mau para conversa.
Mudo de assunto -
Acendo a vela ao chegar,
dou te o que tenho para mostrar,
em sacos de carácter a acabar.
Esquece tudo o que
pensavas que sabias,
copos de vinho
exacerbam melancias
e eu nunca vou ser quem
tu merecias;
complexo de messias
com falta de mulher-a-dias.
A linha ténue é uma fronteira,
mal guardada pela toupeira.
Saboto-me à minha maneira,
nunca dava para o que querias.
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6. |
CASNADO
01:31
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CASNADO
Eu tinha uma ave,
ela chamava-se Monróvia.
No sol em clave,
enrodilhava,
asas abertas
para a glória.
Não sei se achava -
ou ainda acho -
que o mito belo,
uva de cacho,
arranja espaço
para contar esta história.
Vingança crescente
torna demente toda a escória.
Que caia de doente
cada semente
metafórica
da gente que não entende
os ferros que a prende,
incêndio vigente,
farpas de memória.
Balão de ar quente,
o púlpito ascende,
crescendo no tempo,
divina e canora.
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Factos feios:
O vilão mora no espelho.
Dentes fortes como um coelho.
Fogo de vista.
Exorcista de pacote,
vamos jogar às escondidas.
Tenho-te aqui no garrote,
veias estreitas e feridas.
No meu bote salva-vidas
mora a sorte liquefeita
doutras idas.
Dou-ta, estamos quites
mas se insistes,
Acho o altruísmo kitsch.
Nunca agulhas me deixaram
Do outro lado do rio Estige.
Paraíso alcalino em pouso fixo,
glicerina em vaso constricto:
A morte de um pedaço de lixo.
Pedaço de lixo.
(lixo).
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7. |
EFERMIDAD
02:25
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EFERMIDAD
Cheira à morte
e a tudo o que a desinfecta. (2x)
Cheira a corpos de carvão
colididos com o planeta (2x),
após recta em alcatrão.
Cheira a gritos sofridos
de um pateta (2x),
seduzido ao comprimido,
na dormência dos sentidos.
Cheira a fauna e cheira a amor (2x),
em doses controladas
por uma sonda sem sabor.
cheira a pasta incolor. (2x)
cheira a tudo o que lembra dor. (2x)
Cheira à mágoa de palavras
que foram ditas no calor
de um momento impulsivo
sem valor (2x).
Cheira aos fios e
cheira a sangue num cateter (2x),
gente forte enclausurada pelo éter
que os infecta.
Cheira a vidas chacinadas por genética (2x).
Cheira ao longo calvário
de medicamentos grossos
para quem já nem mastiga. (2x)
Ao cuidado mercenário
da enfermeira sem pachorra
que vai prolongando a vida.
Cheira a mim com treze anos (2x),
sem olhar ninguém nos olhos,
como se a desgraça pegasse
e acabasse a ser suicida.
cheira a mente derrotada e
cheira a mente derretida (3x).
cheira a mente derrotada e
cheira a mente derretida.
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8. |
LOTO
01:41
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LOTO
Quem gera ódio, ódio atrai.
E uma nódoa assim não sai. (2x)
Quem gera ódio, ódio atrai.
Sem enganos,
sei agora ser humano.
Rastejando nos meandros
de uma aposta:
Daqui a dez anos,
numa trouxa, as minhas posses
Vê-me com os bofes de fora.
Homem feito
asceta apóstata.
Hipertensão o dia inteiro,
a morte de muitos
foi vista no meu cinzeiro -
entre soluços -
queria ter ido eu primeiro.
Choro o sangue dos mortais.
Aos predadores sazonais
que estão a mais,
deixo aviso em cores berrantes:
A fome fica-vos grande
Como a camisa de um pai.
E uma nódoa assim não sai,
cuidem dela o quanto antes.
A lixívia mancha tanto,
erro é agir como um santo,
quando no entanto,
se é frágil como um bonsai.
E uma nódoa assim não sai.
Quem gera ódio, ódio atrai. (2x)
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